O colesterol é fonte de inúmeras enfermidades, já sabemos, mas estudos recentes apresentados no congresso “Frontiers in CardioVascular Biology 2014” apresentam conclusões relativas aos níveis elevados de colesterol no sangue e como estes estão associados ao desenvolvimento de cancro da mama.
Estudos efectuados à população de várias sociedades e desenvolvidos nos últimos anos relacionavam perfeitamente obesidade com o cancro de mama. Mas este novo estudo vem ligar os altos níveis de colesterol nas mulheres com uma maior probabilidade de desenvolvimento de cancro da mama.
Conforme refere um dos investigadores “O nosso estudo preliminar sugere que as mulheres com elevados níveis de colesterol no sangue podem apresentar um maior risco de sofrer de cancro da mama. Abrindo assim a possibilidade de prevenir este tipo de cancro com a toma fármacos capazes de reduzir os níveis de colesterol, as estatinas “.
Trata-se de um estudo levado a cabo pela Universidade de Aston, no Reino Unido, que incluiu a participação de 664.159 mulheres – das quais 22.938 sofriam de hiperlipidemia (níveis elevados de colesterol no sangue) e 9.312 de cancro de mama. Estas mulheres foram acompanhadas ao longo de 14 anos e eis os resultados: cerca de 530 mulheres com hiperlipidemia desenvolveram cancro de mama apresentando um risco 1,64 vezes maior de desenvolver cancro da mama.
Restará agora comprovar se a redução do nível de colesterol com estatinas pode reduzir o risco de desenvolver cancro da mama.
Um estudo feito por cientistas nos Estados Unidos, no ano passado, publicado na revista científica Science, conclui que um subproduto do colesterol pode ajudar o cancro da mama a crescer e espalhar-se pelo corpo. Esta é uma investigação que sugere, igualmente, que o uso de medicamentos que diminuem o nível de colesterol, as chamadas estatinas, pode prevenir tumores – a exigência de novos estudos sobre os benefícios é, então, uma realidade. É por esta razão que as organizações que trabalham na conscientização e combate ao cancro da mama dizem ser ainda muito cedo para recomendar o uso de estatinas na prevenção de tumores.
A obesidade já era considerada um factor de risco em diversos outros tipos de cancro, nomeadamente o do intestino e do útero já que a gordura faz com que o corpo produza mais hormonas, como o estrogénio, que pode facilitar a disseminação de tumores.
Pesquisas feitas com ratinhos, por cientistas do Duke University Medical Centre, nos Estados Unidos, demonstraram que dietas ricas em colesterol e gordura aumentaram os níveis de 27HC no sangue, provocando tumores 30% maiores quando comparados com uma alimentação rica e variada. O colesterol é mesmo um alvo a abater. São vários os estudos que mostram uma ligação entre obesidade e ocancro da mama, e mais especificamente que o elevado colesterol está associado ao risco de cancro da mama.