A lactose presente nas bolachas convencionais pode constituir um problema para quem possui intolerância. Como se sabe a lactose, quando mal digerida no intestino, pode tornar-se intolerante. Dados avançados pela Sociedade Portuguesa de Gastroenterologia referem e são bastante claros quanto a este assunto: um terço da população portuguesa é afectada por esta disfunção.
Quando a enzima láctase não produz o suficiente para dividir a lactose (um hidrato de carbono presente no leite de todos os mamíferos, composto por dois monossacarídeos, a glicose e a galactose) nos seus componentes mais simples ocorre uma permissão nada saudável para o organismo e esta segue para a corrente sanguínea. Como fazer, então, lanches leves e saudáveis comendo bolachas – aquele mimo doce imprescindível?
Em boa verdade quando esta disfunção se verifica significa que a lactose permanece inteira no intestino – o que é um gerador de desconforto abdominal, dor, diarreia, náuseas, flatulência e/ou inchaço abdominal.
Para ser absorvida tem de ser dividida em glicose e galactose por uma enzima, a láctase. Esta enzima é produzida na mucosa intestinal, numa localização superficial que a torna vulnerável a qualquer agressão, o que pode fazer com que deixe de ser produzida temporariamente até à recuperação da mucosa ou, caso a lesão seja irreversível, de forma permanente.
Optar por consumir bolachas sem lactose é, de facto, uma excelente solução para a intolerância à lactose que é, regra geral, adquirida ao longo da vida mas pode ser o resultado temporário de uma infecção ou lesão da mucosa intestinal.
Os dois tipos mais comuns da intolerância à lactose dividem-se em intolerância primária e secundária. No primeiro caso trata-se de uma situação permanente com determinação genética que se vai desenvolvendo ao longo do tempo, da infância à idade adulta, pela crescente diminuição da produção da lactose. Comer bolachas com lactose agrava, de facto, a condição.
Consoante a quantidade de lactose consumida estará dependente o desconforto inerente – assim como o grau de insuficiência de láctase e da composição nutricional do alimento ingerido. Excepcionalmente há bebés que nascem já com a incapacidade de produzirem lactose e, nestes casos, rejeitam o leite da mama da mãe.
No caso da intolerância secundária ocorre uma situação temporária em que a produção da láctase reduz como consequência de alguma lesão ou doença que prejudica a mucosa intestinal. São exemplos mais comuns a doença celíaca não tratada e/ou a doença de Crohn.
Optar por uma alimentação que leve em consideração as intolerâncias alimentares é, de facto, o caminho a seguir. No caso da intolerância à lactose a eliminação da dieta de todos os alimentos que a contenham, nomeadamente as bolachas, é um imperativo urgente.