Se sofre de doença celíaca, massas com trigo são um absoluto tabu. A doença celíaca é uma doença auto-imune despoletada pela reacção adversa ao glúten, causando uma atrofia das vilosidades no intestino delgado e prejudicando a capacidade do organismo absorver nutrientes, gerando por isso consequências sistémicas que afectam todo o organismo.
Nomeadamente, perda de peso, anemias e problemas ósseos podem surgir, consequências de deficiências em minerais (cálcio) e vitaminas. A doença pode ser particularmente importante em crianças e adolescentes, uma vez que as deficiências nutricionais atrasam o desenvolvimento e o crescimento. Os regimes alimentares à base de produtos sem glúten são o único modo para controlar o progresso da doença, o que implica a observância estrita de uma alimentação sem trigo.
Como este cereal é um dos pilares da nossa alimentação, estando presente na maioria dos alimentos produzidos a partir de farinhas, incluindo massas, pão ou biscoitos, os indivíduos intolerantes ao glúten devem adaptar-se a um amplo leque de alimentos que não contenham este nutriente. Cevada, malte e centeio são outros cereais importantes com quantidades suficientes de glúten para causaram reacções nos indivíduos geneticamente predispostos.
Infelizmente, eliminar estes alimentos da nossa dieta origina um regime alimentar pobre em fibras, com as consequências nefastas para a nossa saúde que daí advêm: as fibras alimentares permitem um trânsito intestinal saudável, controlam a hipertensão e os níveis de colesterol e previnem doenças coronárias. Uma alimentação deficiente em fibra não é a solução para a doença celíaca.
É aqui que entram as massas à base de farinha de konjac e fibras de aveia.
A aveia contem quantidades muito pequenas de glúten, mas maioritariamente porque as culturas de trigo e aveia são feitas em terrenos contíguos. Em condições ideais, é possível isolar as colheitas para produzir aveia com ínfimas quantidades de glúten, cujas fibras serão adequadas à maioria dos pacientes com doença celíaca.
Em conjunto com a farinha de konjac, uma planta asiática, é possível criar massas de elevado teor em fibra e ideais para dietas de emagrecimento, já que não possuem gordura, hidratos de carbono ou proteínas. De facto, as massas de fibra de aveia com farinha de konjac têm quase o dobro do teor de fibra das massas regulares (4% versus 2%) e encontram-se praticamente ao nível das massas integrais.
As fibras de que falamos são predominantemente solúveis, que contribuem para a perda de peso ao manterem os alimentos durante mais tempo no estômago, evitando que os índices glicémicos subam tão abruptamente. Já no intestino, as fibras solúveis captam ácidos gordos, diminuindo a sua absorção por parte do nosso organismo. O efeito resultante é de uma digestão mais lenta, com uma absorção de nutrientes mais demorada, o que manterá a sensação de saciedade por mais tempo e atrasará o regresso da sensação de fome.
Para os indivíduos intolerantes ao glúten, é importante encontrar alternativas ricas em fibras. Embora possamos pensar que essas alternativas são esotéricas, caras e difíceis de encontrar, existe de facto uma grande variedade de alimentos na dieta Portuguesa que podem suprir as nossas necessidades de fibras dietéticas sem comprometer a nossa saúde.
Além das massas à base de farinha de konjac, existem alguns alimentos essenciais para uma dieta rica em fibra: